sábado, dezembro 24, 2011

Mensagem de Fim de Ano (aos colegas de trabalho mas também a todos)

Esta é a Mensagem de Fim de Ano que em 2011 enviei aos meus colegas de trabalho. Porém, ao menos para mim, o espírito dela é muito abrangente, porque fala de uma coisa que enriqueceu minha vida de maneira genérica. Por tal motivo, acredito que possa estendê-la a todos. 


Colegas,

Em algum ano próximo a 1990 (não sei precisar), os trabalhadores da Cervejaria Antarctica de Ribeirão Preto promoveram uma greve. Naquela ocasião, meu pai, um dos operários da empresa, me levou com ele a uma assembléia que seus colegas realizaram em uma praça vizinha da fábrica, na qual decidiriam o destino do movimento. Foi o primeiro contato próximo que tive com uma greve. No meio de todas aqueles rostos, que traziam em si dramas e medos, mas também o ar da esperança, senti uma energia diferente no ar; foi para mim um momento mágico e místico. As imagens estão em minha mente até hoje e constituem um emocionante tesouro. Sem saber, meu pai me deu um dos presentes mais ricos que já recebi.

Duas décadas depois, em dezembro de 2010, ingressei no MPF e, meses após, participei da minha primeira greve. Não lembro o resultado da paralisação da Antarctica (provavelmente eles alcançaram algum retorno), mas eu, junto com todos vocês, fecho o ano sem obter o reajuste pleiteado. Numa análise superficial, de simples matemática, é fácil dizer que o pai ganhou mais do que o filho que ora vos fala. Eu discordo.

Meu pai sempre foi um rebelde e várias vezes ouvi seus relatos sobre embates que tivera com patrões, chefes ou encarregados, ou mesmo fora do trabalho, como consumidor, como cidadão, etc. Se inconformismo pode ser herdado, não há dúvida ser ele minha fonte e nisso nos igualamos. Porém, ele nunca se sindicalizou, jamais integrou qualquer grupo e detesta questões políticas; sua luta sempre foi solitária. Nisso nos diferenciamos, pois simpatizo com essas coisas e busquei me integrar ao espírito coletivo que está presente em nossa luta.

Nessa caminhada conheci pessoas fantásticas, obtive compreensão e carinho de meus colegas e me senti integrado a uma coisa superior. Foi um momento de grande aprendizado e de superação pessoal. Integrar esse grupo foi a chave para um dos grandes ganhos que 2011 me ofereceu. Um presente autêntico, profundo, inspirador e transformador que hoje tenho a honra de colocar no mesmo lugar onde está aquele que ganhei de meu pai. Espero que se um dia eu tiver filhos eles tenham a sorte de compreender o significado disso tudo.

Por esse presente é que agradeço a todos vocês. Para não correr o risco de cometer injustiça, deixo de mencionar nomes.

Ainda por uma questão de justiça, esta mensagem não pode ser finalizada sem o meu testemunho sobre a atuação dos funcionários do SINASEMPU. Para eles, 2011 significou trabalho redobrado, o que envolve jornadas extras que os afastaram de suas famílias, de suas vidas pessoais, de seus sonhos e de seus merecidos descansos. Vestindo a camiseta de nossa campanha, eles espalharam pelos arredores do Congresso Nacional faixas e cartazes de nossa causa, tornando-a visível aos parlamentares, estiveram lado a lado com os servidores que invadiram o Legislativo, correndo de gabinete em gabinete, gritando, aplaudindo, vaiando. E como fizeram tudo com tamanha renúncia, entrega, entusiasmo e jovialidade, era impossível distinguir quem era servidor e quem era funcionário. Por tudo isso, posso assegurar, indubitavelmente, que esses funcionários que encontrei estão conosco e defendem nossa causa como se deles fosse. Sendo assim, registro aqui minha admiração e agradecimento a eles e entendo que cada servidor do MPU tem o dever de fazer o mesmo.

Feliz Natal e Próspero 2012.













sexta-feira, dezembro 02, 2011

Da Minha Janela

Engenho Central, um dos pontos turísticos mais importantes de Piracicaba, visto da janela de meu apartamento. Pena que é a da lavanderia...
Foto: 18/11/11

segunda-feira, novembro 28, 2011

A todos a fé de todos

Este pequeno monumento está no terminal de ônibus urbano de Piracicaba. Local público, local para todos, monumento para todos, sejam ou não cristãos. Quer dizer, a todos a fé só de uns. Mas por que não erigir monumentos de todos os credos, por que não compartilhar com todos a fé de todos? Nada contra a Bíblia, mas acho que seria mais educativa, acolhedora e inspiradora, mais democrática e igualitária, uma praça com imagens do Catolicismo, Islamismo, Espiritismo, Judaísmo, Hinduísmo, Budismo, Candomblé, Umbanda, Xamanismo, Wicca e etc. Por outro lado, faria grande justiça incluir a figura feminina nas referências religiosas, afinal, por mais que queiram esconder, elas também estão presentes neste campo e nem sempre em papéis secundários. O fato de cristãos serem maioria não pode justificar tratamento exclusivo, até mesmo porque, se essa lógica tivesse prevalecido, o próprio Cristianismo não existiria hoje, uma vez que nem sempre ele foi majoritário.
Foto: 15/11/11

sexta-feira, novembro 25, 2011

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Vai jogar na loteria? Precisa de um palpite? Que tal este, sugerido pelo hodômetro do meu Uno, na manhã de ontem? Já deu certo uma vez, sabia? Confira no vídeo abaixo. Boa sorte!


quinta-feira, novembro 24, 2011

Autorretrato

Quando tirei essa fotografia eu nunca imaginei que um dia, mesmo sem saber exatamente porque, eu ia gostar tanto dela.
Ribeirão Preto, 2007, intervalo de almoço no meu trabalho de advogado.

sexta-feira, novembro 18, 2011

sábado, setembro 03, 2011

(D)eficiência policial

Quando alguém questiona a atuação da polícia, geralmente ouve aquele velho discurso 'ah, esse pessoal dos direitos humanos só protege bandidos. Direitos humanos para humanos direitos. Bandido bom é bandido morto. Se você tem pena do bandido, leve ele para sua casa'.
O vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=fhZue-kBxkM) mostra o que a Rota, tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, fez numa operação, no dia 20/10/2009. Os PM's descumprem a lei, pois o art. 6º do Código de Processo Penal determina que a polícia deve preservar, para posterior perícia, a cena do crime e os objetos ali encontrados. Como a gravação revela os agentes fazendo justamente o contrário, as provas que eles colheram ficaram prejudicadas. A matéria diz que, por causa das imagens, os suspeitos de tráfico foram libertados. Também diz que o comando da PM não informou (e negar informação é violar um dos direitos humanos) se os policiais filmados foram afastados ou se continuam nas ruas (possibilitando, com sua atuação, a libertação de outros presos).
Se os policiais tivessem agido de forma honesta e conforme a lei e os direitos humanos, as imagens captadas serviriam apenas para reforçar as provas contra os supostos traficantes. Ao invés de destruírem as câmeras, os policiais teriam grande interesse de que as gravações fossem exibidas no processo, pois comprovariam uma conduta exemplar e inteligente. Se você está satisfeito com a libertação dos suspeitos, agradeça aos soldados da Rota pela contribuição que ofereceram.
Finalizo o texto com duas perguntas. A primeira para você, que viu o vídeo: na gravação feita fora da casa, um policial aparece segurando uma sacola cheia de um conteúdo branco (cocaína?) e na sequência guarda algo no bolso. A pergunta é: o que ele guardou? A segunda, para aqueles que criticam a defesa dos direitos humanos e dizem 'leve o bandido para sua casa': Qual dos bandidos devo levar para minha casa?

quarta-feira, agosto 31, 2011

Rock in Rio 2011 e Heineken. A piada do ano.

O Rock in Rio 2011 tem como um de seus patrocinadores a cerveja Heineken. Ela patrocina, não pelo gosto por rock (vai ser tão rock assim?), mas sim, para promover a marca, para vender mais. Um dos vídeos oficiais do festival apresenta o slogan 'Eu vou sem droga nenhuma' (http://www.youtube.com/watch?v=loEaHbYHvhc ). Se a Heineken patrocina o evento também patrocina a campanha. Então, a mesma Heineken que gasta uma fortuna para vender mais cerveja diz pra você não consumir cerveja (porque cerveja é droga, certo?). O que é sério, a publicidade ou a campanha? Para mim, só há uma certeza: tanto quanto a Heineken, cada traficante deste país quer que você vá sem droga nenhuma.

E o pior é que nossos artistas é que aparecem cantando no vídeo. Melhor exemplo dariam se não tocassem num evento patrocinado por um traficante. Opa, desculpe-me: vendedor de cerveja.