Ribeirão Preto, 11/02/2012
sexta-feira, março 09, 2012
quinta-feira, março 08, 2012
Dia Internacional da Mulher 2012
É
difícil acreditar que a vida existirá por muito tempo se não nos
curvarmos à Ecologia. Há alguns anos, li 'A Teia da Vida', de
Fritjof Capra, e me lembro de um trecho onde ele afirma a relação
existente entre Ecologia e Feminismo, no sentido de que a primeira
não existirá plenamente sem que o segundo se estabeleça de forma
completa.
Vejo a
Ecologia como um movimento de resgate de algo que as civilizações
foram deixando para trás, ao fundarem suas bases preterindo as
necessidades do meio ambiente do qual são mera parte. É (e precisa
ser) de resgate hoje porque no passado não foi cultivado pelos
humanos como conservação ou orientação na corrida que nos trouxe
até aqui. Da mesma forma, acredito que o Feminismo seria
desnecessário se homens e mulheres tivessem caminhado de mãos
dadas, com solidariedade e companheirismo. Mas, ao contrário, a
história da Humanidade é também a história da subjugação das
mulheres.
Se a
salvação do planeta (Ecologia) passa pela valorização da mulher
(Feminismo), isso me faz crer que existe alguma coisa nesta vida que
somente elas possuem. A primeira conclusão decorrente dessa crença
é o convencimento de que o bem-estar e felicidade da raça humana são
dependentes delas e o quanto lhes devemos gratidão e consideração por isso.
A segunda é uma inevitável pergunta: o que seria a tal coisa?
Recordo-me,
agora, de ter ouvido na faculdade o professor de Medicina Legal dizer
'beleza não existe'. Queria ele explicar que esse atributo não é
algo com existência própria, inerente, de forma que possa ser
meramente reconhecida quando encontrada. Ao contrário, a beleza
seria coisa cultural, uma criação, um consenso. Até agora, não
sei se concordo com ele. Sei apenas que, naquela ocasião, Daniela
Cicarelli era 'a mulher do momento' e hoje...
Reportei-me
ao 'causo' do professor porque beleza, não adianta ser hipócrita, é
um dos atributos que impulsionam nossos esforços. Homens gostam de
mulheres bonitas e vice-versa. Machos e fêmeas são seres igualmente
seduzíveis entre todas as espécies. Não vejo problema nisso. A
questão é: se o conceito de beleza é meramente um acordo, porque
não chamamos as mulheres à mesa de negociações? Por que não
criamos padrões que realizem uns e outros? Porque, ao invés de nos
libertarmos e buscarmos a felicidade, insistimos em nos aprisionarmos
em cores, formas, pesos, medidas, moralismos, etc? Por que,
finalmente, os homens insistem em, eles sozinhos, definir o que é um
homem e o que é uma mulher?
Uma das
frentes assumidas pelo Feminismo é justamente essa, recusar os padrões criados unilateralmente por homens e inserir em
seu lugar os que foram criados com a participação das mulheres. E aqui chega-se a um
ponto que constitui uma das coisas mais dramáticas que já vi (e que
explica porque elegi a questão estética para falar do Dia da
Mulher). Enquanto o machismo imperar, enquanto não for substituído
pelos postulados feministas, continuaremos pensando, sentindo e
agindo bom base em seus padrões, inclusive para sabermos o que é
homem, mulher e beleza. Se o primeiro estágio da luta feminista
realmente é a insubmissão ao machismo, haverá um momento em que
elas contrariarão a única referência vigente, ou seja, segundo
os padrões machistas elas não serão belas e nem mesmo serão
mulheres!
Esse foi
o entendimento que tive ao ler na internet a seguinte frase, postada
por uma amiga (http://espiritualismofeminista.blogspot.com/) que é a maior feminista que conheço: como ser
feminista sem deixar de ser feminina?
Por estes
e por muitos outros motivos é que festejo o Dia Internacional da
Mulher. A todas as mulheres, minha solidariedade, gratidão e amor.
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